30 outubro 2007

O sonho do presidente: Realizar um grande Torneio

TORNEIO INTERNACIONAL ADÉMIA CUP
Tenho um sonho desde menino que gostaria de ver concretizado. De facto, primeiro é preciso sonhar e depois é preciso materializar esse sonho.
De acordo com o Projecto de Desenvolvimento Desportivo que elaborei e, tenho vindo a actualizar, há 30 anos, a Associação Desportiva e Cultural da Adémia (ADCA), traçou por objectivo, aumentar o número de praticantes de futebol e, em consequência disso melhorar os equipamentos e as infra estruturas desportivas. Definidos esses objectivos, os mesmos foram alcançados. Assim foi e assim vai sendo.
Passamos de 25 atletas (1980-1994) para 250 de uma forma gradual (1995-2007…). Vamos ter o nosso primeiro relvado sintético, em 2008. Mas nós sonhamos com mais relvados. Temos espaço, temos acessibilidades, temos número de praticantes, temos elevada taxa de utilização. Estamos no local certo, no momento certo e com a atitude certa. Toda a gente já nos conhece. E nos respeita. Somos um clube pequenino, apenas com 30 anos de história, mas com uma grandeza de espírito enorme.
Substituímos o Estado nas suas funções e mendigamos, somos todos mendigos da qualidade de vida dos nossos jovens para que enveredem pelo caminho da actividade física e do desporto, em detrimento dos caminhos desviantes, que são por demais conhecidos ...
A vida de um dirigente associativo, nos dias de hoje, assemelha-se em todo à vida de um verdadeiro mendigo. De facto, dirigente associativo é um indivíduo solidário, disponível, motivado para ajudar os outros.
E, quem são os outros actores? São as pessoas, as famílias, a comunidade e o Estado.
E é mendigo porquê?
Porque luta por causas sociais com competências próprias do Estado.
Este indivíduo – o dirigente desportivo - procura substituir o Estado nas suas funções e mendiga ao próprio Estado que lhe nega os apoios.
Mendiga à comunidade (falida ou não) que lhe nega quaisquer apoios.
Mendiga às famílias e aos pais que ajudem na formação dos filhos e, a maior parte das vezes, é incompreendido e a sua mendicidade até nestes que são os principais responsáveis pela educação directa dos seus educandos lhes viram as costas porque este dirigente associativo NÃO FAZ MAIS DO QUE A SUA OBRIGAÇÃO.
Por isso cada vez mais antecipamos uma crise, uma GRAVE CRISE no ASSOCIATIVISMO DESPORTIVO.
Mas antes de entrar neste pensamento mórbido sonhei… que as CONSCIÊNCIAS MUDARAM e as mentalidades também.
E, por isso sonhei que a ADCA, melhor, toda a comunidade da ADCA se envolvia na organização de um torneio de futebol internacional para a juventude…
Um torneio que não era só organizado pelo presidente mas … por TODOS.
Foi feito o regulamento. Foram pedidas autorizações à Associação de Futebol de Coimbra e solicitados os árbitros. Foi solicitado e concedido o apoio da Câmara Municipal de Coimbra, da PSP e das outras entidades oficiais, tais como IDP, IPJ, CCRC, RTC, etc., etc.. O comércio local envolveu-se no torneio inclusive na feitura de uma brochura alusiva ao evento colorida. Muito colorida. Montaram tasquinhas no campo de futebol. Havia enguias, espetadas, bolos de bacalhau, marisco, febras na grelha, entrecosto, frango assado, bacalhau assado, ossos, bolos de Ançã, pasteis de Tentúgal, arrufadas de Coimbra, pasteis de nata de Trouxemil, etc., etc. Grandes empresas de cerveja e coca-cola apoiaram o evento e estavam lá autocolantes, sumos , cocas, etc. Tinham sido escolhidos os escalões de competição. Eram os Infantis, os Iniciados e os Juvenis. Eram? Já não me lembro apenas me lembro que eram três os escalões escolhidos e os outros três escalões ajudaram na organização do torneio. Mas ajudavam em quê? A organizar. No secretariado (apoio informático) havia 6 (seis) jovens a apoiar as equipas e havia 2 (dois) jovens da Adémia, no acompanhamento de cada equipa, por escalão, equipados com os simbolos do clube. Nunca faltou apoio às equipas (inscrição dos atletas no secretariado, boletins para os árbitros, instruções para as fotos de grupo, encaminhamento para a sala onde se realizavam as conferências de imprensa, a água, as bolas, etc., etc.). havia um grande placar com a afixação dos resultados parciais. E havia apanha-bolas. Todos equipados a rigor com fatos de treino e pólo a condizer. Todos iguais. Que bonito. Ao canto havia 4 ou 5 computadores. Não me lembro mas tinham internet e os jovens estrangeiros estavam lá a comunicar com os familiares e amigos. Pois, pois. E houve um jantar de comitivas com os atletas de todas as equipas e as comitivas (treinadores e delegados) para troca de lembranças. Havia uma mesa grande onde estavam os representantes de todas as equipas. E sabem quem eu vi a servir essa mesa grande, os juniores (ou os seniores?, já não me lembro). Todos equipados a rigor. Depois de servirem a mesa grande tinham uma mesa, ao lado, que era para eles. Sentavam-se, após o fornecimento e distribuição aos "VIP" (?!?) e tomavam a sua refeição. Os outros (mesa grande) aguardavam e ninguém criticava, antes pelo contrário aplaudiam a ORGANIZAÇÃO. Tão bonito, pelo envolvimento colectivo. Eram centenas de pessoas num espaço grande (era a cantina de uma Escola?, não me lembro) mas que era bonito era.
Participaram grandes equipas, no TORNEIO INTERNACIONAL DA ADÉMIA (ADÉMIA CUP qualquer coisa), como Manchester United, Chelsea, Real Madrid, CD Advance, Benfica, Porto, Sporting, Real Madrid, Alverca, sintrense, V. setúbal, União de Leiria, Académica, Adémia, União de Coimbra e mais não sei quantas equipas. Tantos relvados. As equipas faziam um jogo no campo “A” e tinham que ir para o campo “B”. Os transportes todos coordenados de uns campos para outros. Nada falhou. Águas, sumos, bolas, almoços, lanches e jantares para atletas. Dormidas (ginásios, hotéis, não me lembro). 3 (três) dias 2 (duas) noites. Os passeios no Basófias, a visita à cidade e ao Portugal dos pequenitos e ao Estádio Cidade de Coimbra. E aquela noite de fados para as comitivas? Que maravilha. E os prémios. Os prémios eram de qualidade. Todo o jovem teve direito a um troféu. Igual para todos. Depois houve a troca de lembranças e os discursos dos outros de que a experiência era para repetir pois a organização podia contar com eles. E, AINDA HOJE o torneio faz HISTÓRIA pois é o único do género em COIMBRA e em PORTUGAL.
De repente acordei. Dei um beliscão e acho que este sonho é de facto, difícil, muito difícil de materializar, pois os últimos dias da nossa vida estão na fase decrescente e ainda é muito difícil, nos dias de HOJE, liderar pessoas que assumam um projecto colectivo… Estou ciente que existem pessoas que gostariam de abraçar um projecto destes mas t~em vergonha de avançar. Não temam, avancem e todos ... seremos GRANDES.
O sonhador
Aires Leitão

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